Ecossistema com quase o dobro de tamanho dos oceanos vive sob nossos pés
Pesquisadores estimam que existam até 23 bilhões de
toneladas de microrganismos sob a superfície da Terra
UM NEMATÓIDE (EUCARIOTA) NÃO IDENTIFICADO ENCONTRADO NA MINA
DE OURO DE KOPANANG, NA ÁFRICA DO SUL, 1,4 KM ABAIXO DA SUPERFÍCIE (FOTO:
GAETAN BORGONIE / EXTREME LIFE ISYENSYA)
Graças à precisão cada vez maior e o custo decrescente do
sequenciamento de DNA, juntamente com avanços nas tecnologias de perfuração em
águas profundas, pesquisadores do Observatório Deep Carbon, um grupo com mais
de mil cientistas de 52 países, conseguiram fornecer um olhar mais detalhado na
composição da biosfera profunda.
Perfurando 2,5 km no fundo do mar e recolhendo amostras de
micróbios de minas no continente e buracos com mais de 5 km de profundidade, a
equipe usou os resultados para construir modelos do ecossistema nas profundezas
do planeta.
Os resultados sugerem que 70% das bactérias e archaea, um
outro tipo de microrganismo, da Terra existem no subsolo. “Explorar a
profundidade da subsuperfície é como explorar a floresta amazônica”, diz Mitch
Sogin, do Laboratório Biológico Marinho Woods Hole “Há vida em toda parte, e em
todos os lugares há uma imensa abundância de organismos inesperados e
incomuns.”
ESTAS ARCHAEAS FORAM ENCONTRADAS ORIGINALMENTE VIVENDO EM
FONTES SULFÍDICAS NA ALEMANHA. OS CIENTISTAS COLETARAM AMOSTRAS DE ÁGUA DE UM
POÇO DE 30M DE PROFUNDIDADE, NO ENTANTO, AS CÉLULAS ANALISADAS PODERIAM ESTAR
VIVENDO EM PROFUNDIDADES MUITO MAIORES.IMAGEM CORTESIA DE CHRISTINE
MOISSL-EICHINGER (UNIVERSIDADE DE MEDICINA DE GRAZ, ÁUSTRIA) (FOTO: CHRISTINE
MOISSL-EICHINGER / UNIVERSIDADE DE MEDICINA DE GRAZ)
Não faz mais que dez anos que a ciência consegue estudar
bactérias que não são cultiváveis em laboratório, o que estimam os
pesquisadores não representar mais que 1% do total.
"Sabíamos muito menos sobre as fisiologias das
bactérias e micróbios que dominam a biosfera abaixo da superfície", diz
Karen Lloyd, da Universidade do Tennessee, em Knoxville, EUA. “Hoje, sabemos
que, em muitos lugares, esses seres investem a maior parte de sua energia
simplesmente para manter sua existência e pouco para o crescimento, o que é uma
maneira fascinante de viver.”
"Por exemplo, os cientistas ainda não conhecem todas as
maneiras pelas quais a vida subterrânea profunda afeta a vida da superfície e
vice-versa”, continuou Colwell. “Por enquanto, só podemos nos maravilhar com a
natureza dos metabolismos que permitem que a vida sobreviva sob as condições
extremamente empobrecidas e proibitivas da vida na Terra profunda”.
Via | Galileu
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