O coração de um jovem saudável, entre 15 e 20 anos, costuma
bater no mínimo 60 e no máximo 90 vezes por minuto. Mas se esporadicamente sua
frequência cardíaca ultrapassa ou cai abaixo de tal faixa, isso não quer dizer
que você tem algum tipo de doença. “O coração está ligado ao cérebro e ao corpo
por estímulos nervosos e são eles que dizem o quanto ele precisa trabalhar”,
afirma o cardiologista Antônio Carlos Carvalho, da Unifesp.
Em algumas pessoas, o nervo simpático (que libera
adrenalina) atua com mais força, fazendo com que o indivíduo perceba mais
facilmente quando o coração acelera. Em outras pessoas, a atuação do nervo vago
(que breca os batimentos) é mais percebida. Basta uma situação que estimule um
dos dois nervos e pronto. Quando você está malhando, por exemplo, sua
frequência cardíaca pode chegar a 150 ou 160 bpm (batimentos por minuto) sem
que isso represente uma ameaça à saúde.
Agora imagine que você está no milésimo sono. Deitadão na
cama, sem se mexer ou fazer qualquer esforço, seu metabolismo é muito menos
intenso e seu cérebro praticamente desliga. Por que seu coração iria disparar?
Enquanto dormimos, é normal nossa frequência cardíaca chegar aos 40 bpm, também
sem causar nenhum problema. Afinal você sempre acorda bem no dia seguinte, não?
Outro fator que influencia muito a frequência cardíaca é a
idade. Um recém-nascido tem entre 120 e 140 bpm, pois seus sistemas de
regulação do sistema circulatório ainda não estão bem desenvolvidos.
A frequência cardíaca maior ajuda a fornecer mais oxigênio
ao coração dos bebês. Conforme eles crescem, os batimentos vão diminuindo.
Décadas mais tarde, na velhice, os batimentos provavelmente serão mais
espaçados ainda, numa faixa entre 50 e 80 bpm.
Motor desregulado
Cada coração tem sua cadência, mas alterações bruscas podem
levar à morte
Com o pé no freio
Uma frequência cardíaca muito baixa faz com que menos
oxigênio circule pelo corpo. Com você deitado e quieto, ou mesmo dormindo, é
provável que não haja nenhum problema se seu coração estiver com apenas 30 bpm.
Mas essa frequência com você desperto, em pé, pode provocar desmaios e, em
casos extremos, levar à morte
Limite ideal
Para um jovem saudável, a frequência normal fica entre 60 e
90 bpm. Mas um atleta, por exemplo, pode ter uma frequência de 40 bpm e isso
ser absolutamente normal. É que o coração dele é muito eficiente: cada bombeada
entrega ao corpo bem mais sangue que o normal, por isso ele precisa bater menos
vezes
Excesso de velocidade
O coração tem dois movimentos: a diástole (quando o órgão se
enche de sangue) e a sístole (quando o sangue é bombeado para o corpo). Quando
o coração acelera, ele encurta a diástole. Assim, o órgão envia menos sangue
para o corpo, causando cansaço e desmaios. Uma frequência cardíaca perto dos
180 bpm é sinal de alerta total e perigo de morte
CONSULTORIA Marcelo Bertolami, cardiologista do Instituto
Dante Pazzanese (SP)
Via | Mundoestranho
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