Mudanças climáticas diminuem número de tartarugas verdes machos, diz WWF


Com o aumento da temperatura na Austrália, o número de fêmeas é maior do que o de machos há duas décadas


O aumento da temperatura dos mares está afetando a reprodução das tartarugas verdes, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pela organização não-governamental WWF. O levantamento, feito na Austrália, aponta que a colônia da espécie ao norte da Grande Barreira de Corais é composta, em sua maioria, por fêmeas. O número de machos no local equivale a cerca de 13%. Isso acontece porque esse tipo de tartaruga tem o sexo determinado pela temperatura da incubação dos ovos — ninhos mais quentes são propícios para a formação de fêmeas.

A organização ambiental alerta que o desequilíbrio entre os sexos pode fazer com que a comunidade de tartarugas verdes em Queensland, onde fica a Grande Barreira, entre em colapso sem a presença dos machos. Com cerca de 200 mil fêmeas reprodutoras, a região é umas das mais importantes para a espécie, considerada em perigo de extinção.

O relatório comparou as comunidades de tartarugas verdes que vivem na Grande Barreira de Corais. Nas praias ao sul, 65% a 68% dos répteis são fêmeas. Ao norte, a porcentagem é bem maior: 99,8% das tartarugas adultas são do sexo feminino.

A diferença é provocada devido ao aumento da temperatura da água no norte de Queensland, que está vinculado às mudanças climáticas. A WWF adverte para um possível futuro com apenas tartaruga fêmeas na região. Além disso, a organização afirma que esta tendência não é nova: há mais de duas décadas nascem mais fêmeas do que machos no local.

Via | O globo

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