Resultados foram publicados nesta sexta-feira (20) na
'Science Advances'. Segundo cientistas, trata-se da vacina mais abrangente
contra bactéria causadora já produzida.
Uma nova vacina em desenvolvimento contra a pneumonia pode
ser o mais duro golpe contra a doença, segundo estudo publicado nesta
sexta-feira (20) na "Science Advances". De acordo com os
pesquisadores, trata-se da mais abrangente cobertura contra a doença até hoje.
O imunizante inclui cepas adicionais da bactéria causadora e até antecipa
versões futuras.
A vacina testada deflagrou resposta imunológica contra 72
formas da bactéria penumoniae em testes realizados em ratos e coelhos. Ainda, a
vacina é inteligente e foi desenhada de modo a ter duas vantagens: produz uma
boa resposta imune e só mata bactérias prestes a atacar.
Programas de melhor nutrição e melhor acesso a antibióticos
já tiveram impacto na diminuição no número de casos de pneumonia no mundo --
segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a pneumonia matou mais de 2
milhões de crianças em todo o mundo em 2004; e, em 2015, o número foi inferior
a 1 milhão. No entanto, acreditam os autores, para se ter mais avanços, são
necessários imunizantes mais eficientes.
O estudo teve como primeiro autor Charles H. Jones, da
University at Buffalo. Outros nove cientistas assinam o trabalho. Todos eles
estão alifiados a universidades norte-americanas.
Como funciona a nova vacina
Há três vacinas principais hoje no mercado contra a
pneumonia: a Prevnar, a Synflorix e a Pneumovax 23. As duas primeiras utilizam
uma ligação química covalente que, apesar de apresentar altas taxas de
resposta, matam todas as bactérias-alvo. Já a terceira, não tem a mesma ligação
química, mas tem menor resposta imune.
O que os cientistas fizeram foi "envelopar"
açúcares capazes de identificar a bactéria a um tipo de engenharia que
prescinde da ligação covalente. O essencial para a tecnologia foi um uso de um
"lipossoma" -- um tipo de bolsa feita de gordura que serve como um
reservatório para esses açúcares.
Nos resultados, os pesquisadores identificaram que a vacina
é capaz de deflagrar uma forte resposta imunolológica comparável ao Prevnar --
e, além disso, seu design permite com que seu efeito seja mais seletivo: não há
uma 'varredura' de todas os patógenos indiscriminadamente.
Vacina mais inteligente
Além da maior cobertura, a diferença da vacina desenvolvida
pelos pesquisadores das atuais é que ela faz com que o sistema imune só
"ataque" a bactéria quando ela sai da colônia que está e provoca uma
doença.
Isso é fundamental por dois motivos: 1) algumas bactérias
são benéficas para o organismo e são importantes para manter a boa saúde; 2) a
morte indiscriminada de bactérias pode contribuir para o fenômeno da
resistência bacteriana -- quando esses patógenos não mais respondem aos
medicamentos existentes.
Via | G1
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