E o resto do recheio é um mistério — que pode ser responsável por
evitar mutações genéticas
(FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO) CROMOSSOMOS BONITOS |
O DNA é uma molécula que contém as instruções genéticas para o
crescimento, funcionamento e reprodução de todos os seres vivos. Um manual de
usuário essencial para um corpo como o nosso, formado por cerca de 10 trilhões
de células — já pensou se fossem peças de LEGO?
Este manual, claro, não é pequeno. Segundo a estimativa do Projeto
Genoma Humano, em nossos 46 cromossos há cerca de 25 mil genes, compostos por 3
bilhões (é isso mesmo, bilhões) de pares de bases nitrogenadas. Achou muito?
Pois é, acontece que a equipe de Daniel G. Booth, do Instituto de
Biologia Celular da Universidade de Edimburgo, acaba de descobrir que tudo isso
é, na verdade, só 53% do que compõe os cromossomos. A descoberta foi publicada
no periódico científico Molecular Cell.
Os outros 47% são uma bainha, que fica nas áreas periféricas do
cromosso e mantém essas pequenas estruturas isoladas uma da outra no interior
do núcleo da célula. A bainha era conhecida, mas era difícil estimar seu
tamanho e composição exatos com a tecnologia disponível anteriormente.
Se sua função for mesmo evitar contatos indesejáveis entre os
cromossomos, ela é uma peça central no combate à mutações genéticas que podem
levar a um câncer ou a condições de saúde congênitas graves.
Um dos principais dificuldades para produzir estudos do tipo até então
é que os genes só assumem a forma nítida que você vê na imagem que abre a nota
quando uma célula está em processo de divisão — na maior parte do tempo eles
ficam bem mais dispersos do que isso. Como até agora, era muito difícil
estudá-los em condições normais, havia só uma quantidade limitada de coisas que
podíamos saber sobre eles.
O novo método, chamado 3D-CLEM, usa microscópios óticos e eletrônicos
e modelagem computacional avançada para criar modelos tridimensionais de alta
resolução de cada um dos 46 cromossomos humanos.
"A técnica que nós desenvolvemos para estudar os cromossos é
realmente inovadora", afirmou Daniel Booth ao phys.org. "Definir a
estrutura de todos os 46 cromossomos humanos pela primeira vez nos forçou a
reconsiderar a ideia de que eles são compostos quase exclusivamente de
cromatina, ideia essa que não havia sido contestada por quase 100 anos."
via GALILEU
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