Talvez seja o caso de começar a estocar os casacões de inverno: o Sol
pode tirar um cochilo em 2030, precipitando o que os cientistas estão chamando
de "mini era do gelo".
A professora Valentina Zharkova, da Universidade de Northumbria,
apresentou a descoberta no Encontro Nacional de Astronomia, em Llandudno, País
de Gales. A tecnologia moderna nos permite prever ciclos solares com muito mais
precisão, e os modelos de Zharkova indicam que a atividade solar vai cair mais
da metade entre 2030 e 2040.
Acreditava-se que atividade solar era causada por sistema de turbinas
de fluidos em movimentos dentro do Sol. Em busca de um sistema de previsões
mais preciso, Zharkova e sua equipe descobriram ondas magnéticas flutuantes em
duas camadas do Sol. Estudando os dados das ondas duplas, diz ela, as previsões
são muito mais precisas.
"Combinando as duas ondas e comparando-as com dados reais do
ciclo solar atual, descobrimos que nossas previsões têm 97% de precisão",
disse Zharkova, cujas descobertas foram publicadas pela Sociedade Astronômica
Real.
Usando esse método, ela e sua equipe descobriram que haverá muito
menos atividade solar nos ciclos 25 e 26, o que leva a um período prolongado de
dormência solar.
"No ciclo 26, as duas ondas são completamente espelhadas -
atingindo o ápice ao mesmo tempo, mas em hemisférios diferentes do Sol. A
interação entre elas será disruptiva, ou seja, elas praticamente vão cancelar
uma à outra. Prevemos que isso levará às propriedades de um 'mínimo de Maunder'
", disse Zharkova.
O mínimo de Maunder é o nome dado a período em que manchas solares são
raras. Ele ocorreu pela última vez entre 1645 e 1715, quando cerca de 50
manchas solares foram observadas, quando o normal são 40 000. A época foi
marcada por temperaturas brutalmente frias, que congelaram rios na Europa e na
América do Norte.
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