DOPING NO ESPORTE


CASOS DE DOPING SÃO CADA VEZ MAIS RECORRENTES NO MUNDO DO ESPORTE - RECENTEMENTE, O LUTADOR DE MMA, ANDERSON SILVA FOI FLAGRADO EM UM EXAME ANTIDOPING.




Mas não confunda “recorrente” com “recente”. Um dos primeiros registros de doping no esporte moderno é do ciclista dinamarquês Knud Jensen, nas Olimpíadas de 1960, em Roma. Jensen morreu enquanto disputava a tradicional maratona de 100 quilômetros em equipe. O sol estava muito forte, ele passou mal, caiu da bicicleta e fraturou o crânio. O laudo da morte apontava para insolação seguido de traumatismo craniano, mas um ano após o acidente, a autópsia revelou alta dosagem de anfetamina no sangue de Jensen - uma droga estimulante.
Os primeiros exames antidopings só foram surgir em 1968, nas Olimpíadas do México. Na época, até o álcool era considerado estimulante, e um pentatleta sueco foi pego no exame. Hans-Gunnar Liljenwall admitiu ter bebido duas cervejas antes de uma das provas para “se acalmar”. O doping esportivo surgiu com intuito de melhorar o desempenho dos atletas profissionais através do uso de outras substâncias.
Porém, não estamos aqui para contar casos de doping, mas para explicar a reação de substâncias estimulantes no corpo humano. Existem dois tipos de dopagens, sanguínea e bioquímica. Conheça cada uma delas:

DOPAGEM SANGUÍNEA

É causada pela alta quantidade de hemácias, células do sangue responsáveis por levar oxigênio para os músculos. A eritropoetina, ou EPO, é o hormônio responsável pela produção de hemácias, e começou a ser fabricada sinteticamente, em 1985, para tratar pacientes com anemia. Usada em atletas saudáveis, melhora a performance, pois a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue aumenta consideravelmente.
Por se tratar de uma substância biológica, muitas pessoas tendem a achar que a injeção de eritropoietina não é ilegal nos esportes, mas é. Além disso, a dopagem sanguínea têm efeitos colaterais pesados: a quantidade massiva de hemácias no sangue pode acarretar em um AVC ou infarto.




O caso mais famoso de dopagem por EPO no esporte é o do ciclista Lance Armstrong, conhecido por ser uma lenda do ciclismo e ter vencido a Volta da França sete vezes (de 1999 a 2005). Armstrong teve todos seus títulos cassados, e responde processo de vários patrocinadores.






DOPAGEM BIOQUÍMICA

Esse tipo de dopagem é muito mais comum nos esportes de alto rendimento. É causada por hormônios estimulantes e anabólicos. Um dos mais comuns é o hormônio do crescimento, ou GH (Growth Hormone), produzido pela glândula hipófise e responsável por nosso crescimento físico. Esse hormônio também foi criado sinteticamente como medicamento para pacientes com problemas hormonais, mas foi usado em atletas de alto rendimento.
O caso mais emblemático de doping por GH é o do corredor canadense Ben Johnson, um dos ícones do atletismo na década de 1980. Johnson havia vencido a prova de 100 m rasos nas Olimpíadas de 1988, em Seul, mas foi desqualificado por uso de hormônios proibidos pela federação.
Mais famoso do que o GH são os esteroides anabolizantes. Esses são produzidos sinteticamente afim de substituir a testosterona. Nomes como androsterona, dianabol e drostanolona são comuns nesse meio. Apesar de ser conhecido como “hormônio masculino”, as mulheres também produzem testosterona, mas em um nível bem menor do que os homens. Os efeitos do uso de esteroides são diferentes por gêneros também.

Em mulheres, os efeitos são mais visíveis. Características masculinas, como engrossamento da voz, crescimento de pelos e aumento de força física, assim como perda de gordura e aumento de massa muscular. A nadadora brasileira Rebeca Gusmão, foi banida do esporte, em 2007, aos 23 anos, por alta taxa de testosterona no corpo.
Já nos homens, o efeito colateral é inverso ao das mulheres. O corpo masculino mantem um nível de testosterona e, se injetarmos hormônios extras, o corpo entende que não precisa mais produzir, atrofiando os testículos. Além disso, o excesso de testosterona pode se converter em estrógeno, o hormônio feminino, causando ganho de características femininas em corpos masculinos, como a ginecomastia - crescimento de seios. Esse tipo de dopagem é comum no fisiculturismo.
No futebol, o caso mais emblemático é o de Diego Maradona, pego na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, por uso de cocaína. Os narcóticos, como a cocaína e a maconha, também entram na lista de dopagem bioquímica. Eles não têm efeito anabólico, mas aliviam dor e tensão, podendo aumentar a resistência física do atleta.

POR FERNANDO BUMBEERS


Via gali

Nenhum comentário: