Descoberta de caverna na Lua alimenta esperanças de colonização

Radar identifica câmara abaixo da superfície com 500 km de comprimento



A Agência Aerospacial Japonesa (Jaxa) anunciou a descoberta de uma imensa caverna sob a superfície da Lua, alimentando a esperança de colonização humana do satélite. A estrutura, provavelmente formada pela atividade vulcânica há 3,5 bilhões de anos, pode servir como proteção natural contra a radiação espacial, funcionando como uma base para futuras missões exploratórias.
Projetos existentes até então previam o envio de equipamentos para a construção de edificações capazes de proteger os astronautas da radiação. Sem a proteção de um campo magnético, como o da Terra, a superfície da Lua fica exposta ao bombardeamento de micropartículas emitidas por estrelas como o Sol, mas a caverna recém-descoberta pode funcionar como um escudo.

A caverna está localizada numa área conhecida como Colinas Marius, área que concentra o maior número de crateras vulcânicas na superfície lunar. A caverna foi localizada pela sonda Selenological and Engineering Explorer, que mirou seus radares para uma cratera com 50 metros de diâmetro e 50 metros de profundidade. Os testes geológicos com o uso de ondas sonoras detectaram um tubo de lava com 500 quilômetros de comprimento por cem metros de largura.

— Nós sabíamos da existência dessas localizações, mas sua existência não havia sido confirmada até agora — comentou Junichi Haruyama, pesquisador da Jaxa, em entrevista à AFP. — E nós ainda não olhamos dentro da caverna então existe uma alta expectativa de que futuras exporações oferecerão mais detalhes.

De acordo com a agência, a caverna pode ser usada como base para astronautas e seus equipamentos, já que pode fornecer proteção contra as temperaturas extremas, que variam entre a média de 107 graus Celsius durante o dia e -153 graus Celsius durante a noite, além da radiação ultravioleta. E existe a possibilidade de o local possuir reservas de água ou gelo, essenciais para a manutenção de uma base e a produção de combustíveis.

Recentemente, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, declarou que o governo americano pretende enviar missões tripuladas à Lua, com o intuito de construir uma estação no satélite, já conhecida como “Deep Space Gateway”, que serviria como campo de testes para astronautas e equipamentos para missões exploratórias para regiões mais distantes no espaço.

A Agência Espacial Europeia também já declarou sua intenção de construir uma base na Lua. O satélite natural é visto como local ideal para a instalação de um entreposto para missões mais profundas, já que os foguetes não gastariam tanto combustível como em lançamentos a partir da Terra, por causa da força gravitacional do planeta.

Elon Musk, fundador da SpaceX, é outro que cobra a instalação de uma colônia humana na Lua. Desde a década de 1970 que astronautas não pisam na superfície lunar, mas diversos países planejam fazê-lo em breve. O Japão planeja enviar o primeiro japonês para a Lua por volta de 2030, e a China planeja enviar sua primeira missão tripulada em 2036.


— Nosso objetivo de longo prazo é explorar, pousar e colonizar a Lua — disse Wu Wieren, diretor das missões chinesas para a Lua e Marte, à BBC. — Nós queremos uma missão lunar tripulada que fique por períodos longos e estabeleça uma base de pesquisas.

Via | Oglobo

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