Esse problema não afeta apenas o órgão responsável por
armazenar a urina - e causa sérios danos à saúde. Conheça os fatores de risco,
os sintomas e as formas de evitar e tratar a chateação
O que é
Apesar do nome complicado, o prolapso genital é um problema
bastante comum, principalmente em mulheres com mais de 40 anos e que já tiveram
filhos. Ele ocorre quando a musculatura das paredes da vagina fica fraca, de
modo que os órgãos sustentados por ela se deslocam e podem sair pelo canal
vaginal – caso do útero, da bexiga e até de parte do intestino.
A gravidade do quadro é classificada de acordo com uma
escala que vai de 1 a 4. Nos dois primeiros estágios, já dá para ver o prolapso
nos exames ginecológicos, mas a paciente ainda não apresenta sintomas. Nos
últimos graus, os órgãos já se encontram exteriorizados.
Os sintomas
“O principal sintoma é a sensação de que há uma bola na
vagina, conta a ginecologista Marair Sartori,
professora de Ginecologia da Universidade Federal de São
Paulo. Além disso, é
comum a paciente com prolapso apresentar dor na pelve, incontinência urinária e
prisão de ventre.
A origem do problema
As principais causas do prolapso genital são a gravidez (o
peso da barriga aumenta a pressão nessa região do abdômen) e o parto vaginal,
especialmente nos casos em que não há acompanhamento obstétrico adequado. É
que, se o bebê for muito grande ou não estiver posicionado corretamente, por
exemplo, o risco de ocorrer lesões sérias no assoalho pélvico é alto.
Mas essa história não para por aí. Para ter ideia, a própria
menopausa aumenta a probabilidade de o prolapso aparecer. “A redução dos
hormônios femininos faz com que os tecidos dessa área fiquem mais ressecados e
frouxos”, explica a uroginecologista Andréia Mariane de Deus, de Sorocaba, no
interior paulista. Certas doenças neurológicas – como a esclerose múltipla –
também podem afetar a musculatura da pelve. Outros fatores de risco para essa
condição são a obesidade e a tosse crônica, que aumentam a pressão abdominal.
O tratamento
Para prolapsos graves, a principal forma de corrigir o
problema é por meio de cirurgia. “O objetivo é restaurar a anatomia e a função
dos órgãos e aliviar os sintomas da paciente”, esclarece Marair Sartori. Isso
pode ser feito tanto por técnicas que restauram a posição da vagina e das
estruturas que se deslocaram quanto por procedimentos que simplesmente fecham o
canal vaginal e impedem que o órgão saia do corpo.
No caso de pessoas que não querem ou não podem fazer a
cirurgia, uma alternativa é o uso do pessário, um anel de borracha que sustenta
o útero no lugar.
Quando o quadro ainda está nos estágios iniciais, é possível
evitar seu agravamento por meio dos chamados exercícios perineais, que visam
fortalecer os músculos do assoalho pélvico e também mostrar à mulher a forma
correta de contrai-los. Eles podem ser feitos utilizando técnicas como
biofeedback – em que se pede à paciente que aperte e relaxe a musculatura
enquanto os registros desses movimentos são visualizados num computador – e
eletroestimulação, na qual choques estimulam a contração muscular.
Dá para prevenir?
Uma boa forma de afastar o prolapso genital é praticar os
tais exercícios perineais – principalmente se você está grávida ou planeja ser
mãe. Outras medidas preventivas são evitar os fatores de risco, a exemplo do
ganho de peso, da constipação e até da tosse crônica. Praticar modalidades como
ioga e pilates também é indicado – mas só se você tiver certeza de que está
contraindo a musculatura da pelve corretamente. “Se feitos de forma errada,
essas atividades podem até prejudicar e aumentar o risco de prolapso”, diz
Marair Sartori. Por isso, é fundamental, na visita ao ginecologista, checar a
maneira certa de fazer esses movimentos.
Via | Revista saúde
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