Ela inventou o termo "radioatividade". Suas
pesquisas a levaram a receber dois prêmios Nobel. Mas acabou morrendo vítima do
fenômeno que estudava
O que foi: Física e química
Onde viveu: Polônia e França
Quando nasceu e morreu: 1867-1934
Ela é uma das mais importantes cientistas que já existiram e
recebeu o devido reconhecimento por isso. Ninguém mais ganhou dois prêmios
Nobel de áreas científicas diferentes – em seu caso, física e química. Linus
Pauling tem dois, mas um é da paz. John Bardeen levou dois de física e
Frederick Sanger dois de química. Aliás, Marie é a única pessoa laureada pelo
Nobel com um filho premiado (no caso, Irène Curie).
Marie Curie e seu marido, Pierre, receberam o primeiro
prêmio em 1903, ao lado de Henri Becquerel. Henri descobriu a radioatividade em
1896, mas Marie criou esse termo e, no mesmo ano de 1903, se tornou a primeira
mulher da história a receber na França o título de doutora.
Na sequência, sozinha, ela descobriu dois elementos
químicos, o rádio e o polônio, anunciados em 1898. Por isso acabou premiada
novamente, em 1911.
DE GOVERNANTA A FÍSICA
Na juventude, Marie foi pobre. Para pagar seus estudos, ela
e a irmã Bronislawa se revezaram: enquanto uma fazia faculdade, a outra
trabalhava como governanta. Marie acabou se formando em física e matemática na
Universidade de Paris.
Com o dinheiro que ganhou com os dois Nobel, alcançou
conforto para si e para seus amigos e alunos, a quem passou a ajudar bancando
estudos e pesquisas.
Para descobrir dois novos elementos químicos, Marie passou
meses dentro de um porão escuro, testando diferentes materiais. Tudo começou
quando ela intuiu que a radioatividade era um fenômeno que acontecia no nível
dos átomos e variava de acordo com o tipo de elemento químico.
Encantada com a descoberta, ela passou o resto da vida
procurando utilidades para a radiação. Mantinha na cabeceira um pedaço de
urânio, que brilhava no escuro.
Estava tão cercada de radioatividade que seu caderno de
receitas culinárias até hoje precisa ser manuseado com o uso de roupas
especiais.
VIÚVA JOVEM
Em 1903, enquanto se tornava doutora, Marie foi recusada
pela Academia Francesa de Ciências. Já havia abandonado seu país natal, a
Polônia, porque a Universidade de Cracóvia não aceitava mulheres. Ela não se
conformava. Queria ser vista como uma pesquisadora, independentemente de
gênero.
A pesquisadora nasceu Maria Sklodowska, filha de professores
poloneses perseguidos por defenderem a independência do país em relação à
Rússia. Manteve a relação afetiva com Varsóvia e alfabetizou as duas filhas,
Irène e Éve, em francês e polonês.
Viúva desde a morte de Pierre, atropelado em 1906, levou
adiante as pesquisas iniciadas ao lado do marido. Acabaria falecendo em 1934,
vítima da radiação que estudava.
Dica de filme – Marie Noëlle dirige Marie Curie, produção
alemã de 2016 com Karolina Gruszka no papel principal.
SEUS MAIORES ACERTOS
Descobriu elementos – O trabalho pioneiro da física e
química, com a descoberta do polônio e do rádio, ajudou a fundar as bases da
radioatividadeApostou na medicina – O uso médico da radiografia foi acelerado
graças a ela, que desenvolveu unidades móveis que tiravam chapas no meio da 1ª
Guerra
Estimulou a pesquisa – A pesquisadora conseguiu os fundos
necessários para criar dois centros de pesquisa do assunto, um em Paris, outro
em Varsóvia
SEUS MAIORES FRACASSOS
Ficou na sombra – No começo da carreira, em algumas
situações, Marie foi obrigada a deixar o marido, Pierre, apresentar sozinho as
pesquisas realizadas pelo casal. Aconteceu, por exemplo, durante um evento
científico em Londres, onde os organizadores se recusaram a ouvir uma mulher
Não se cuidou – Marie Curie não tinha como saber num
primeiro momento, mas manipular radiação por muitos anos a levaria à morte por
anemia aplástica. Ela não mudou os hábitos mesmo quando surgiram indícios de
que a radiação era perigosa
Via | mundoestranho
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