Navio zarpou rumo às Ilhas Antípodas, perto da Antártica,
onde animal virou praga
Nova Zelândia - Três cachorros de caça, uma série de
equipamentos com sensores, uma ministra e vários membros da força de defesa da
Nova Zelândia foram despachados em uma missão especial: caçar um roedor, mais
conhecido como o "rato de um milhão de dólares", que vive em ilhas
remotas da Antártica.
As inóspitas Ilhas Antípodas estão localizadas a 760
quilômetros a sudeste da Nova Zelândia e foram até recentemente o lar de uma
população de 200 mil ratos. Acredita-se que esses animais tenham sido
introduzidos lá por causa de um naufrágio, há mais de um século.
No ambiente das Antípodas, os ratos passaram a representar
uma praga: comeram pintinhos de albatrozes vivos, devastaram a vegetação e
ameaçaram a vida de insetos raros.
Na tentativa de erradicá-los há dois anos, a Nova Zelândia
levantou o equivalente a pouco mais de R$ 2,3 milhões e embarcou em um dos
maiores e mais ambiciosos programas de extermínio já realizados em qualquer
lugar do mundo.
Em junho de 2016, uma equipe de 13 pessoas passou 75 dias
exterminando cerca de 200 mil ratos — o que acredita-se que é o total da
população de roedores.
Agora, a primeira equipe de monitoramento da Nova Zelândia
partiu no navio HMNZS Wellington para passar três semanas buscando ratos no
patrimônio mundial, para ver se o projeto foi de fato um sucesso.
A ministra da conservação da Nova Zelândia, Eugenie Sage,
que está a bordo do navio, disse que a expedição é excitante, mas que devasta
seus nervos.
— Como com qualquer erradicação da ilha, o sucesso nunca é
garantido. A operação Antípodas foi feita de acordo com as melhores práticas
internacionais, no entanto, o desafio de erradicar 200 mil ratos de uma parte
remota e selvagem da Nova Zelândia nunca deve ser subestimado — afirmou a
ministra. — Se algum dos ratos tivesse sobrevivido à operação, a população
teria se recuperado agora até um nível onde eles deveriam ser detectáveis ... a
comunidade internacional estará observando de perto.
Stephen Horn, gerente de projeto do departamento de
conservação, disse que chegar às ilhas foi o primeiro desafio da equipe, que
precisou escalar 18 penhascos para acessar uma acomodação.
— Os ratos estão tendo um enorme impacto em toda uma gama de
espécies — disse ele. — A beleza da ilha sub-antártica que está tão longe da
Nova Zelândia é que, ao longo do tempo, ela desenvolveu sua própria gama de
espécies, que é única. Existem espécies raras, ameaçadas, endêmicas, que
queremos proteger.
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