Apesar de parecer bizarro, o experimento planeja
"criar" órgãos com características humanas destinados para
transplante
Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos,
anunciaram que conseguiram introduzir com sucesso células humanas em um embrião
de ovelha— após 28 dias de desenvolvimento, ele foi destruído.
O experimento, no entanto, nada tem a ver com o plano de
criar um exército bizarro de seres metade ovelha, metade humano. Com essa nova
técnica, os cientistas planejam uma
revolução na medicina: caso as pesquisas avancem, seria possível
"cultivar" órgãos com caracterísitcas humanas em animais, facilitando
a oferta para transplantes.
Criada pelos cientistas, a quimera — nome dado a seres
híbridos — possui mais de 99% de suas características com a de uma ovelha. Uma
pequena parte das informações das células, entretanto, é humana. O caminho para
desenvolver órgãos específicos em animais ainda é longo, mas os pesquisadores
se animaram com a confirmação dessa possibilidade.
Não é a primeira vez que embriões híbridos são testados: em
2017, o primeiro embrião de porco com células humanas foi criado por
pesquisadores do Instituto Salk, nos Estados Unidos.
A partir de técnicas avançadas de edição do genoma, os
pesquisadores planejam desenvolver embriões de animais com características
específicas. Eles já conseguiram, por exemplo, manipular embriões de ovelhas e
porcos para que não desenvolvessem seus pâncreas. Com isso, seria possível introduzir
células humanas e influenciar o crescimento do órgão com características comuns
aos humanos.
Ainda há um longo caminho a percorrer, no entanto: além do
enorme risco de rejeição do órgão transplantado, a comunidade científica também
debate as implicações éticas da técnica. Afinal, seria correto criar
"animais hospedeiros" apenas para serem utilizados como um banco de
órgãos?
Via | Galileu
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