Microorganismo pode ajudar a evitar o vazamento de resíduos
radioativos - que, só nos EUA, já são 76 mil toneladas
Se operadas corretamente, as usinas nucleares são fontes de
energia abundante, segura e limpa. Mas elas têm um porém: depois de usado, o
combustível nuclear precisa ser armazenado com o máximo de cuidado, já que
permanece radioativo por centenas de anos. Só os EUA produzem de 2.000 a 2.300
toneladas de lixo radioativo por ano – e acumularam 76 mil toneladas dele nas
últimas quatro décadas. Mas um grupo de cientistas americanos diz ter
encontrado a solução: um fungo.
Os pesquisadores testaram 27 espécies de fungo e encontraram
uma, a Rhodotorula taiwanensis, que tolera altos níveis de radiação e tem certa
afinidade pelo lixo radioativo – se colocado em contato direto, o fungo cresce
e forma um biofilme que envolve o material, impedindo que ele se espalhe.
Segundo os cientistas, ele poderia ser usado em depósitos de resíduos
nucleares, como barreira de segurança contra eventuais vazamentos.
Não é a primeira vez que um fungo demonstra gostar de
radioatividade. Na década passada, uma inspeção na usina abandonada de
Chernobyl encontrou 37 espécies mutantes de fungo, que se alimentavam da
radiação presente no local. Os fungos cresceram dentro das paredes do Reator 4
(que explodiu em 1986) e aparentemente sofreram uma mutação que os tornou
capazes de extrair energia da radiação. “Nossas pesquisas sugerem que os fungos
estão usando um pigmento, a melanina, da mesma forma que as plantas usam a
clorofila”, afirmou na época a cientista russa Ekaterina Dadachova, que
identificou os microorganismos.
Via | Superinteressante
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