Para pesquisadores suecos, só isso explicaria a estranha
posição do objeto misterioso
Nada tem despertado mais curiosidade entre os amantes da
astronomia do que o misterioso Planeta Nove. Pesquisas indicam que ele tenha
quatro vezes o tamanho da Terra, com 10 vezes a sua massa. Além disso, a órbita
superlonga sugere que o planeta leve de 10 a 20 mil anos para dar uma volta
completa ao redor do Sol.
Fazer aniversário por lá deve ser um martírio. Mas isso não
é o pior. A questão é que nem sabemos se ele de fato existe, já que todas as
informações que temos são baseadas em observações indiretas, como a gravidade
que o suposto planeta exerce sobre os corpos próximos.
Mas um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade
Lund, da Suécia, promete deixar a comunidade astronômica mais animada. Segundo
eles, o Planeta Nove seria, na verdade, um planeta de outro sistema solar — um exoplaneta — que teria sido “roubado” de
outra estrela pelo nosso Sol.
“É quase irônico pensar que, enquanto os atrônomos encontram
centenas de exoplanetas a anos luz do nosso sistema solar, esse tempo todo nós
temos um bem aqui no quintal”, afirma o astrônomo Alexander Mustill, que faz
parte da equipe de pesquisa.
O encontro
A descoberta do planeta misterioso foi anunciada em janeiro,
pelo mesmo astrônomo que tirou Plutão da lista vip de planetas que orbitam o
Sol, Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
A existência dele começou a ser estudada quando os
pesquisadores perceberam um estranho alinhamento de objetos cósmicos no
Cinturão de Kuiper — na fronteira do Sistema Solar. A formação sugeria que
algum objeto muito massivo estaria exercendo uma força gravitacional sobre
eles. “Os corpos estavam alinhados de uma forma que não deveriam estar.
Buscamos todo tipo de explicação, mas nenhuma delas funcionou”, informou Brown
ao jornal The Guardian.
Desde então a especulação sobre a existência do Planeta Nove
só cresce. Mas por estar a uma distância de 149 bilhões de quilômetros do Sol
(75 vezes mais distante do que Plutão), ninguém consegue, de fato, vê-lo.
“O que buscamos saber é como um planeta poderia ter se
formado ali. O Sistema Solar parece ser tão compacto, então você tem esse
enorme vácuo para então aparecer outro planeta com 10 vezes a massa da terra”,
afirma Mustill no vídeo abaixo. “Parece implausível que algo como este tenha
sido simplesmente ‘criado’ a uma distância dessas.”
Por isso, a equipe de Mustill indica que o Planeta Nova
tenha sido formado originalmente em outro sistema e que ele tenha sido
capturado pelo Sol, quando os dois estiveram mais próximos, há cerca de 4,5
bilhões de anos. Vale lembrar que quanto mais massivo um corpo, mais objetos ele
atrai para sua órbita — é assim que o Sol garante a “fidelidade” dos seus
planetas: atração gravitacional.
Com isso em mente, os astrônomos simularam este possível
encontro por computador e descobriram que as chances dele ter realmente
acontecido são de 50%. Mas, calma, um artigo da revista New Scientist afirma
que os dados são inconclusivos porque este “roubo” só funcionaria com um corpo
exatamente igual ao Planeta Nove. Além disso, os próprios pesquisadores suecos
acham que a possibilidade dele ser mesmo um exoplaneta é de 0,1 a 2%.
Ainda assim, os astrônomos afirmam que a chance de ser um
exoplaneta é 300 vezes maior do que a de ser um planeta do nosso Sistema Solar.
Ou seja, tudo depende do ponto de vista.
O fato é que nada ainda foi fisicamente comprovado. O
Planeta Nove continua um mistério até que consigamos imagens dele ou
informações mais conclusivas. “Ele seria o único exoplaneta que poderíamos
atingir usando uma sonda espacial”, afirma Mustill.
Via Galileu
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