Uma esperança para os pacientes que, até então, não tinham
opções para barrar a paralisia física e a degeneração cognitiva causadas pela
doença
(Magone/iStock) |
Uma boa notícia para quem sofre de esclerose múltipla: a
agência americana de saúde (FDA) aprovou o uso da substância ocrelizumabe para
tratar duas formas da doença, a primária progressiva e a remitente recorrente.
Esta é a primeira droga aprovada para tratar a forma
progressiva da esclerose – uma esperança para os pacientes que, até então, não
tinham opções para barrar a paralisia física e a degeneração cognitiva causada
pela inflamação crônica.
A aprovação se baseou em três pesquisas publicadas
recentemente no periódico científico New England Journal of Medicine. O
ocrelizumabe obteve os resultados mais notáveis em testes com pacientes com
esclerose múltipla recorrente: reduziu as atividades dos marcadores da doença e
barrou a progressão da inflamação com poucos efeitos colaterais.
Apesar de as pessoas com esse tipo de esclerose terem
algumas opções de terapia, muitas das drogas mais eficazes contra a doença
demonstram efeitos colaterais significativos. Já nos portadores que apresentam
a forma mais grave, a esclerose primária progressiva, a droga apenas diminuiu
moderadamente a degeneração.
O ocrelizumabe, que será comercializado pelo nome de
Ocrevus, funciona como um anticorpo que será injetado nos pacientes a cada seis
meses para barrar uma classe de células imunológicas, conhecidas como células
B. Quando essas células estão funcionando normalmente elas ajudam o corpo a
combater infecções. Quando estão desajustadas, porém, contribuem para danificar
o sistema nervoso central, desempenhando um importante papel para a progressão
da esclerose.
A substância estará disponível no mercado americano em duas
semanas e será vendida pelo Genentech, um braço do laboratório farmacêutico
Roche, por US$ 65 mil – valor salgado, mas 25% mais barato que o Rebif, outro
medicamento menos eficaz que o Ocrevus.
Os resultados e a aprovação são motivos de comemoração na
comunidade científica. “Eu vejo isso como um grande passo. A magnitude dos
benefícios que percebemos com o ocrelizumab em todas as formas de escleroses
são realmente impressionantes”, afirma Stephen Hauser, presidente do
departamento de neurologia da Universidade da Califórnia e líder do comitê que
supervisionou os testes de aprovação.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica que
acomete o sistema imunológico. Acontece quando as células de defesa do
organismo atacam o sistema nervoso central, provocando dificuldades motoras e
sensoriais. Apesar de estar sendo estudada em vários países, as causas da
esclerose ainda não são conhecidas. Mas, a partir de análises quantitativas de
pacientes, sabe-se que é mais recorrente em mulheres jovens, entre 20 e 40 anos,
e de pele branca.
A esclerose múltipla ainda não tem cura e os principais
sintomas são fraqueza muscular, dores nas articulações, alterações na
coordenação motora, depressão e disfunções na bexiga e no intestino. A
Associação Brasileira de Esclerose Múltipla(ABEM) estima que 35 mil brasileiros
convivam com a doença.
Via superinteressante
Comentários
Postar um comentário