Espécie foi encontrada por grupo de pesquisadores
brasileiros e argentinos
(PNAS/Reprodução) |
Na ausência de registros de outros anfíbios que tenham
manifestado a habilidade, pode-se decretar o título: a primeira perereca
fluorescente do mundo é mesmo a Hypsiboas punctatus. Apesar de catalogada no
fim do século XVIII, as propriedades óticas da espécie nunca tinham sido
notadas na natureza. Coube a um grupo de pesquisadores brasileiros e argentinos
descrever a descoberta, que aconteceu durante uma expedição noturna na
província de Santa Fé, na Argentina.
A emissão de cores fluorescentes é um fenômeno considerado
raro. Tanto que acontece apenas em algumas espécies de peixes e tartarugas
marinhas, além de poucos insetos e pássaros. Não há notícias da característica
em nenhuma das 7.600 espécies de anfíbios, nem em qualquer outro vertebrado
terrestre.
Diferente da bioluminescência, possibilitada por reações
químicas, cores fluorescentes demandam a presença de luz natural. A luz é
absorvida por moléculas presentes na pele e tecido linfático da perereca,
chamadas pelos pesquisadores de hyloin-L1, hyloin-L2, hyloin-L3. Essas
moléculas se excitam e reemitem a onda de luz absorvida, em outra cor de menor
energia. A pele fina, quase transparente desses anfíbios, permite que o bicho
adquira aparência verde fluorescente intensa, quando iluminadas com luz
ultravioleta.
De acordo com o estudo, o grau de fluorescência das
pererecas é comparável a 18% da luz refletida pela lua, quando em sua fase
“cheia”. O brilho seria capaz de ser identificado por outras espécies de sapos,
indicando a importância da característica também na competição ou como
ferramenta para atrair potenciais parceiros – algo até então pouco explorado
pelos cientistas. O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of
the National Academy of Sciences (PNAS).
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