Seria uma revolução natural. Pelo menos quatro fenômenos
sofreriam grandes alterações: o ciclo das marés, a duração dos dias, a
iluminação noturna e a quantidade de eclipses lunares. Isso porque nosso
satélite exerce grande influência no sobe-e-desce dos oceanos, na velocidade de
rotação da Terra (que determina a duração dos dias) e na quantidade de luz
refletida do Sol para cá. No infográfico ao lado, a gente explica com detalhes
todas essas mudanças, supondo que nosso planeta azul tivesse mais duas luas, do
mesmo tamanho que a “original” e em distâncias equivalentes, a 384 mil
quilômetros daqui. A gente está viajando nessa suposição, mas a idéia não é tão
absurda assim: alguns pesquisadores juram que a Terra já tem mais de uma lua!
Essa tese é superpolêmica, mas uma coisa é certa: nunca chegaremos nem perto do
número de luas dos planetas mais distantes do Sol. Astros como Júpiter,
Saturno, Netuno, Urano e Plutão estão localizados numa região do sistema solar
de baixa temperatura, mais propícia à formação de luas. “O frio impediu que os
blocos de gelo resultantes do Big Bang – a megaexplosão que teria criado o
universo – se descongelassem. Ao longo de milhões de anos, eles se juntaram a
pedaços de pedra e metal, formando satélites atraídos pela gravidade de
planetas maiores”, afirma a astrônoma Amelie Saintonge, da Universidade de
Cornell, nos Estados Unidos. Entre os planetas distantes do Sol, Júpiter tem 16
luas conhecidas, Saturno tem 18, Netuno tem oito e Urano bate o recorde, com
21. A única exceção é último planeta do sistema solar, Plutão, que tem apenas
uma lua solitária – o planeta é pequeno e não conseguiu atrair outros astros. A
comparação com os planetas próximos ao Sol, onde havia menos matéria-prima para
formar luas, revela uma diferença astronômica no número de satélites. Mercúrio
e Vênus não têm luas, a Terra só tem uma e Marte, duas.
Mudança astronômica Com três satélites, dias durariam 72
horas
DIA SEM FIM
A Lua também influi na duração dos dias. Com três luas do
mesmo tamanho que a atual, a atração gravitacional do trio triplicaria o tempo
que a Terra demora para dar a volta em torno de seu eixo. Os dias durariam 72
horas. Daria para curtir um fim de tarde na praia às 45h30!
NEM CALOR NEM FRIO
Mesmo com manhãs e noites de 36 horas, a alteração na
velocidade de rotação não seria suficiente para mexer nos termômetros do
planeta. Isso porque a temperatura da Terra é mais afetada pela órbita da Terra
em torno do Sol, que permaneceria inalterada
VIDA NOVA
Para alguns animais, a vida com três luas sofreria grandes
mudanças. As borboletas, que têm o metabolismo ativado com o nascer do Sol,
poderiam demorar mais para deixarem de ser larvas por causa dos dias mais
longos. E os camarões, que usam as marés para se deslocar pelos oceanos,
poderiam se movimentar mais rapidamente
PRAIA GRANDE
Por influência da Lua, os oceanos alternam marés altas e
baixas a cada seis horas. Se tivéssemos três luas, é provável que esse
intervalo fosse mais curto. E a amplitude da maré (o ponto mais distante que
ela pode atingir) seria bem maior. Com isso, teríamos praias maiores e espaço de sobra para o futebol de
areia
REFLETOR NATURAL
Quando cheia, a Lua reflete 9% da luminosidade do Sol. Com
três luas, a reflexão noturna poderia chegar a 27%. As noites de tripla lua
cheia teriam céu arroxeado, parecido com o do fim de tarde. Pior para os
astrônomos, já que a luminosidade dificulta a visualização das estrelas
SUMIÇO COMUM
Uma constatação óbvia: com mais luas, a quantidade de
eclipses lunares seria maior seria
comum que uma entrasse atrás da sombra
da Terra e desaparecesse. O grande fenômeno seria
o “eclipse triplo”,
quando os três astros ficassem na zona de
sombra projetada pelo planeta
Temos duas luas? Alguns astrônomos apostam que sim
Cientistas investigam essa possibilidade desde que o
astrônomo amador Bill Yeung descobriu um astro não-identificado próximo à
Terra. Batizado de Cruithne, o tal corpo celeste tem 5 quilômetros de diâmetro
e completa uma volta em torno do planeta a cada 770 anos. Por isso, alguns
pesquisadores defendem que essa pedrona espacial é, sim, uma lua da Terra. Mas
a maioria dos astrônomos acha que Cruithne é só um asteróide que gira em torno
do planeta por mera coincidência e não por influência da
Terra. “A órbita
de Cruithne é muito inclinada em relação à órbita
da Terra em torno do Sol. Provavelmente não há atração gravitacional entre os dois
astros. Por isso, não dá
para dizer que temos uma segunda lua”, diz a astrônoma Lynn Carter, da
Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
Via mundoestranho
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