O mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), uma das últimas
populações da espécie que habitou a terra, pode ser trazido de volta da
extinção dentro de dois anos, disse o cientista George Church, professor de
genética da Escola de Medicina de Harvard e um dos pais do Projeto Genoma
Humano.
Os pesquisadores estão muito perto de criar um embrião
híbrido de elefante e mamute-lanoso, espécie que foi extinta há cerca de 5.600
anos, segundo estudo publicado na revista científica PNAS.
Para trazer os animais de volta à vida, os cientistas estão
usando uma técnica chamada CRISPR, um novo método de edição genética que
permite "cortar e colar" cadeias de DNA. O material genético dos
animais foi extraído de carcaças congeladas.
George Church, um dos pais do Projeto Genoma Humano |
Os cientistas pretendem manipular as células da pele do
elefante para produzir o embrião, ou embriões múltiplos, usando técnicas de
clonagem.
Os núcleos das células reprogramadas seriam colocados em
célula-ovo de elefante cujo próprio material genético foi removido. Depois
seriam artificialmente estimulados para se desenvolverem em embriões.
Os pesquisadores pretendem criar um embrião com as
características do mamute --pelos longos, grossas camadas de gordura e sangue
adequado para vida em condições de frio extremo. Posteriormente o embrião seria
inserido em um útero artificial para ser gestado.
Lyuba, filhote de mamute de 40 mil anos, é um dos espécimes mais bem preservados que existem. Ela foi descoberta por um pastor de renas da Sibéria e seus dois filhos, em 2007 |
Testes de laboratório já mostraram que as células funcionam
normalmente na combinação de DNA do mamute e do elefante asiático.
O anúncio foi realizado durante o encontro mundial de
cientistas da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Boston.
Segundo Church, o animal seria uma espécie de elefante com traços físicos de um
mamute.
Em 2013, o pesquisador declarou que é possível usar essa
técnica para criar humanos resistentes a vírus e até recriar os ancestrais do
homem moderno, os neandertais. O cientista afirmou que já possuía DNA
suficiente de fósseis para reconstruir o DNA de espécies humanas extintas. O
que faltava era apenas "uma mulher corajosa".
Para os cientistas, o projeto pode ajudar a preservar a
população de elefantes ameaçados de extinção e ajudaria a combater o
aquecimento global.
A reintrodução de mamutes em partes congeladas do planeta
poderia impedir que o solo descongelasse, uma vez que a neve sofreria
perfurações, permitindo a entrada de ar frio. No verão, a presença dos animais
poderia ajudar a grama a florescer.
De acordo com os cientistas, a reintrodução de mamutes na
Sibéria poderia fazer com que as temperaturas locais caíssem até 20ºC.
Via uolnoticias
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