Controversa técnica de
fertilização in vitro diminui riscos de doenças hereditárias
Doenças hereditárias graves podem desestimular pessoas de terem
filhos. Muitas vezes, essas disfunções se expressam de maneira mais forte nos
embriões. É o caso de uma mulher jordaniana, portadora de genes da Síndrome de
Leigh. Apesar de não ter desenvolvido a doença, que atinge o sistema nervoso,
ela perdeu dois bebês por causa da síndrome rara, transmitida por suas mitocôndrias
(parte das células).
Mas isso não foi suficiente para fazer com que ela e o marido
desistissem do sonho de ter um filho. Por isso, eles procuraram o New Hope
Fertility Center (Centro de Fertilidade Nova Esperança) e se submeteram a uma
nova técnica de fertilização in vitro, aprovada somente no Reino Unido. Nela, o
material genético dos pais é misturado em laboratório com o DNA de um doador
com genes “saudáveis”. Isso diminui os riscos da criança apresentar os
problemas genéticos dos pais.
Segundo o portal científico New Scientist, no caso da mãe jordaniana,
os núcleos dos óvulos da doadora foram substituídos por núcleos de óvulos da
mãe. Em seguida, os óvulos foram fertilizados com espermatozoides do pai. Dessa
maneira, os embriões se desenvolveram a partir de células com núcleos formados
pelo material do pai e da mãe, mas as mitocôndrias são da doadora e, portanto,
não carregam os genes da Síndrome de Leigh.
O embrião que se desenvolveu corretamente foi implantado no útero da
mãe que deu à luz um bebê saudável em 6 de abril. As mitocôndrias do bebê foram
testadas e somente menos de 1% delas possuem o gene que causa a doença. Isso
significa que as chances do bebê desenvolver a síndrome são muito baixas, mas,
ainda assim, ele será monitorado pela equipe médica. O fato será apresentado
oficialmente no Congresso Científico da Sociedade Americana de Medicina
Reprodutiva em outubro.
via revista galileu
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