Grupo internacional de cientistas quer sequenciar o DNA de cada uma
das nossas células — e criar um mapa 3D que irá revolucionar a medicina
Não há imaginação que dê conta do número 35 trilhões. Contar cada grão
de areia de uma praia qualquer — ou todas as folhas de papel do mundo — pode
ser um bom começo para entender a cifra astronômica. Mas é justamente esse o
número de células que formam nosso corpo, e, se tudo der certo, logo cada uma
delas estará mapeada com o mesmo grau de precisão que as ruas no Google Maps.
Uma espécie de grupo colaborativo de cientistas da saúde de vários
países do mundo acaba de anunciar uma missão heróica que levará, na expectativa
mais otimista, uma década para se concretizar: a criação de um atlas de células
do corpo humano, em inglês, o Human Cell Atlas.
A ideia é concentrar em um só banco de dados informações como tipo,
função e localização de cada uma das 35 trilhões de unidades fundamentais da
vida que compõe o Homo sapiens. O grande mapa, que há pouco tempo não seria
sequer possível por limitações tecnológicas, será construido por meio da
análise do DNA individual de cada célula (técnica chamada singlecell-sequencing).
O resultado será uma ficha completa de cada tijolinho do corpo, com
informações como o tipo de molécula que cada célula produz e suas interações
com as células vizinhas. Saber quem é quem na fila do pão — e, principalmente,
saber como são as interações em nível microscópico — é um passo revolucionário
para a medicina.
Segundo o site da iniciativa, o Human Cell Atlas permitirá
"conhecer como tipos diferentes de células trabalham juntas para formar
tecidos, descobrir como os sistemas do corpo estão conectados e revelar como
mudanças no mapa estão por trás de certas doenças". Em outras palavras,
saber exatamente qual parafuso está solto quando surge um problema — um grau de
precisão hoje inimaginável no diagnóstico de doenças. A iniciativa é ambiciosa,
mas não impossível. Agora é só esperar.
Via Revista galileu
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