De um lado, um cenário de uso indiscriminado de agrotóxicos, intoxicações, do outro, cultivos mais sustentáveis, relações de trabalho e comercialização mais justas. É essa a solução que a agroecologia promete oferecer ao Planeta. Mas dá mesmo para sonhar com um futuro sem agrotóxicos? A vice-presidente executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal – Sindiveg (que representa a indústria dos agrotóxicos), Silvia Fagnani, argumenta que, considerando o modelo de produção “adotado” no Brasil, o uso de agrotóxicos “é a única forma viável de suprir a demanda por produção de alimentos e energia necessária para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050”. Fagnani não deixa dúvidas do pensamento que rege o modelo de produção agrícola hegemônico no Brasil: “O uso da tecnologia protege os cultivos, aumentando a produtividade, e poupam (sic) tempo de tarefas e, sobretudo, o enorme esforço físico dos agricultores e trabalhadores rurais. O consumo de defensivo