No ano passado, o
explorador canadense George Kourounis tornou-se a primeira pessoa a sondar suas
profundezas ardentes.
George Kourounis, em
parceria com a National Geographic e a empresa de viagens Kensington Tours,
tornou-se a primeira pessoa a chegar ao fundo da cratera, por todos os seus 69
metros de largura e 30 metros de profundidade, no deserto ao norte do Turcomenistão.
Apelidada de Porta do
Inferno, a Cratera de Darvasa foi criada há quatro décadas, quando uma sonda de
perfuração Soviética provocou um desmoronamento.
Os detalhes não são
claros quanto ao que realmente aconteceu, mas acredita-se que os cientistas
soviéticos incendiaram a plataforma para queimar os gases nocivos que foram
liberados após o colapso, mas subestimaram a quantidade de gás natural que
existia abaixo da superfície. De acordo com a National Geographic, o
Turcomenistão (ou Turquemenistão) tem a sexta maior reserva de gás natural do
mundo, e este fator provavelmente levou à criação deste grande buraco de fogo
no chão.
Além de ir a um lugar que
ninguém nunca foi antes, a missão da Kourounis era coletar amostras de solo a
partir do chão da cratera para determinar se a vida realmente pode sobreviver
naquelas condições. Se sim, a pesquisa poderia ter grandes implicações na
perspectiva de encontrar vida em condições extremamente duras, em outros
planetas.
Christina Nunez, do
National Geographic, entrevistou Kourounis sobre sua missão que pretende
descobrir que a preparação não envolve só seus 18 meses de treinamento. Há
também um traje refletor de calor, equipamento de respiração autossuficiente, e
uma cadeira de Kevlar antiderretimento toda equipada. Ele chegou ao ponto de
contratar um coordenador de dublês de Hollywood para treinar a andar próximo às
chamas sem entrar em pânico e saber como contornar a situação com calma.
Korounis relatou para
Nunez a sensação de entrar pela primeira vez na cratera que é um dos fenômenos
naturais mais estranhos do mundo. “Quando você olha pela primeira vez a
cratera, é como se ela tivesse saído de um filme de ficção científica. Você tem
este vasto deserto com quase nada lá, e de repente surge esta cratera em chamas
escancaradas”, disse.
“O calor que ela emite é
ardente, o brilho das faíscas que giram em torno do ar no local é simplesmente
fantástico de se assistir, e quando você está a favor do vento, você recebe
esta onda de calor que é tão intensa que você não pode sequer olhar diretamente
para o vento. Você tem que proteger o seu rosto com a mão, ao ficar em pé na borda
da cratera. Nessa hora eu pensei: ‘Ok, talvez eu tenha mordido além do que eu
podia mastigar’", finalizou Korounis.
Os cientistas ainda estão
analisando as amostras para encontrar vida microbiana, pois a região é rica em
metano. Apesar de não ter encontrado nenhuma vida no fundo, a equipe está feliz
por ter identificado bactérias que vivem na borda inferior. E, a coisa mais
interessante, é que essas bactérias não foram encontradas em nenhum local nas
proximidades da cratera no deserto, apenas na parte interna.
A descoberta torna-se
animadora para astrônomos que buscam vida fora do Sistema Solar e que, muitas
vezes, ignoram planetas que possuem temperatura muito elevada.
fonte: Jornal ciencia
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